Pra chegar no Parque Nacional das Sete Cidades, basta continuar a frente no desvio que mostra Parnaíba, logo depois de Piripiri. Isso te tira da BR-343 e coloca na BR-222, sentido Fortaleza. Alguns quilômetros a mais dá pra ver as placas de sinalização e um outro desvio pro lado esquerdo da pista, início da estrada que leva a entrada sul do parque.
Estradinha perfeita, parecia cena de video-game. Asfalto perfeito, pintura excelente, poucas curvas e paisagem maravilhosa durante todo o percurso. Em alguns momentos parecia que as árvores iam criar um túnel saudando nossa passagem.
Chegando na cancela que dá acesso ao parque, o sonho se desfez. Ainda havia um trecho de terra até alcançar o hotel, que fica dentro da reserva. O terreno parecia saibro (várias pedrinhas vermelhas e quebradiças, chamadas localmente de piçarra) com um tanto de areia fina pelos cantos. Respiramos fundo e fomos em frente, com os nervos à flor da pele sabendo que era arriscado transitar com essas motos pesadas por ali.
Não deu outra. Mais uma vez comprovamos que nossas máquinas não prestam pra terreno acidentado. Desta vez foi o Thiago quem levou um tombo (dona Eliane, não se preocupe, seu filho está muito bem, só a moto se machucou). Depois de uma leve depressão, tentou segurar com o freio da frente, o guidão virou e os dois foram pro chão, curiosamente no único trecho (3 metros de extensão) cimentado da via. Foi o primeiro capote do dia.
Saldo da brincadeira: mata-cachorro entortado, um farol de milha arrancado e a bolha quebrada. Tudo isso fez com que ficasse difícil sorrir na hora de tirar as fotos, como vocês devem ter percebido. :-P
Após respirar um pouco e avaliar os estragos, levamos Uakti e a agora caolha Ipupiara sem problemas pelo último pedacinho do caminho até chegar no hotel. Surpreendentemente, a diária tinha um preço muito bom, R$ 57. Por isso e pelo horário de visitação estar quase acabando, resolvemos passar a noite e conhecer o parque no dia seguinte.
De banho tomado e depois de algumas cervejas, o ânimo já estava no ponto pra bater um rango. Não tenha dúvidas quando visitar este lugar, peça o tal do capote, que é como eles chamam a galinha D´angola (assim que se escreve?) cozida. Um prato inteiro custa R$ 34 e serve até quatro pessoas, pedimos metade e não conseguimos comer tudo. O molho fica muito bom, ainda melhor quando misturado com farinha, vale a pena mesmo. Este foi o segundo capote da noite.
Um dia um pouco estressante, algum álcool na cabeça e mais um estômago entupido tem efeito sonífero muito eficiente. Quando menos percebi, já estava na cama do quarto fechando os olhos, morrendo de sono. O terceiro capote foi inevitável.