Punta del Este é muito legal, muito bonita, mas custa uma boa grana. Pra quem mal conseguia sacar dinheiro, era melhor não ficar muito tempo num lugar, sob o risco de não conseguir voltar pro Brasil. Rumamos para a capital do Uruguai ainda de manhã. No caminho a beira-mar passando por Maldonado, muitas mansões, lagos, clubes e coisas chiques desse tipo, bem bonito de se ver. Na chegada a capital, a bela Ponte das Américas, com seus apoios inclinados, nos saudava.
Já a procura de um lugar para ficar, uma surpresa. Ocorria na cidade a tal da Semana de Turismo, o nome local pra semana santa, já que todo mundo aproveita pra viajar. A capital estava vazia, trânsito tranquilíssimo, percorremos um bom pedaço até chegar no coração da parte velha da cidade, a Plaza Indepencia, onde sabíamos que haveria um albergue legal pra ficarmos, o Che Lagarto.
Ao centro da plaza, havia uma enorme escultura de um general montado a cavalo, José Artigas. Alguns metros abaixo, suas cinzas guardadas num salão vigiado por dois soldados, estilo grã-bretanha, fazendo-se de estátua, coisa bem surreal. Juro que não vi qualquer um deles piscar nos cinco minutos que fiquei lá dentro.
Não sei se era patriotismo mesmo, mas era interessante perceber o número de homenagens espalhadas pela cidade a grandes nomes da nação, sem falar no número de pessoas trajando roupas com as cores da bandeira. Até usei a camisa que ganhamos no motolagoa pra tentar me enturmar!
Todas as construções no centro velho tinham um estilo peculiar de arquitetura. O albergue não era diferente, com suas paredes ultra-espessas e pé-direito bem alto. Apesar do frio que fazia no lugar, o ambiente era bem aconchegante, por conta do pessoal que lá trabalhava e dos outros hóspedes, também muito divertidos. Numa das noites rolou um bingo onde o Thiago ganhou duas noites grátis no Che Lagarto de Buenos Aires. Perfeito pra quem estava ficando sem grana.
Na sequência fomos conhecer a balada local. Sempre que tento lembrar o nome me vem Pônei Saltitante na cabeça, mas o lugar não tinha nada a ver com a taberna do Tolkien. Tocava aqueles pagodes brasileiros muito velhos e algumas músicas esquisitas. Ah, barraram-me na entrada por acharem que estava usando bermuda de banho. Como era o único estilo de bermuda que possuía em minha bagagem e não estava com saco de voltar pra colocar calça, fiquei de papo na porta mesmo, mas parecia bem animado.
Ainda aproveitamos pra conhecer o porto da cidade, um dos principais do mercosul. Percorremos toda a extensão do quebra-mar pra apreciar a orla mais de longe. Numa parada pra fotos, conhecemos um carioca que estava dando um tempo na cidade até seu barco zarpar. Os brasileiros estão em todos os cantos!
Voltando pro albergue, tivemos que lidar com o fato de que a grana estava curta. Com os bancos fechados até segunda por conta do feriado e os caixas automáticos cuspindo nossos cartões (o Itaú de lá é diferente do Itaú daqui, assim como o banco Real), rodamos pela avenida principal até descobrimos um jeito de sacar dinheiro, o que salvou nossa excursão. Os cassinos locais possuem caixas automáticos que aceitam todo tipo de cartão. Foi só descobrir minha senha de saque cash pra arranjarmos umas verdinhas e garantirmos o resto da viagem.