Quando saímos de Manaus/AM, o ponto mais ao sul do Brasil previsto para a viagem seria Porto Alegre/RS. Se conseguíssemos poupar nossas limitadas verbas, segueríamos viagem até a Argentina, passando pelo Uruguai. Com a ajuda dos amigos que nos hospedaram em suas casas em diversos lugares pelo Brasil, foi possível tornar nossa viagem internacional. De Rio Grande/RS seguimos direto até Punta del Este no Uruguai, uma das principais cidades turísticas daquele país.
No meio do caminho, fica a cidade da fronteira entre os países, Chuí (ou Chuy no lado uruguaio). O caminho de Rio Grande/RS a Chuí/RS é uma reta interminável de cerca de 210 Km. Existem poucos postos de gasolina no caminho e chegamos a comprar gasolina a 4 reais/L em uma lanchonete com medo de pane seca.
Vale lembrar que Chuí é uma cidade lendária no Brasil por ser o extremo sul do nosso território. Infelizmente, diferente do extremo leste, não existe nenhum marco rodoviário, placa comemorativa, estátua ou qualquer coisa interessante que se possa fotografar. Cheguei a me aventurar no meio da vegetação no Arroio Chuí procurando um marco, mas em vão. Decepcionados, no contentamos com a foto da placa rodoviária padrão (já vi esse filme antes em São José do Norte/RS).
Durante toda a viagem, andamos com poucas notas no bolso, sacando o dinheiro sob demanda nos caixas eletrônicos. Contamos que em Chuí, uma cidade de fronteira, teria toda a infraestrutura bancária necessária para atender os turistas. Infelizmente só tinha Banco do Brasil e Caixa, os bancos padrões brasileiros. Nem um maldito caixa da rede compartilhada Banco 24Horas tinha. Sem dinheiro no bolso, trocamos o pouco de real que possuíamos por dólares e compramos dólares no cartão de crédito no Banco del la República Oriental del Uruguay. Compre seus dólares sempre no banco com seu cartão de crédito internacional, você paga a cotação do dólar no dia do vencimento da sua fatura, normalmente é a melhor opção. Note que ninguém soube me dizer o porque o Uruguai é oriental.
Ainda sobrou tempo para almoçar a tradicional parrillada, prato feito com víceras assadas (quase torradas) de diversos animais com um sabor no mínimo estranho. Só experimentando para descrever, mas se você gosta de buchada de bode, vai gostar deste prato.
Ainda tentamos antes de cruzar a fronteira conseguir a carta verde, mas um vendedor de carta verde (que era motociclista) nos disse que não fazem para motos. Relembrando, a carta verde é um seguro obrigátorio que todo país do Mercosul exige para um carro estrangeiro entrar no país. O vendedor também disse que no Uruguai a polícia é super tranquila e não iria incomodar, fato que comprovamos no caminho.
Chegamos em Punta del Este já escurecendo. No caminho, destaque para um forte no alto de uma montanha e uma pista de pouso para aeronaves em emergência que surgiu no meio da rodovia. Rodovias que por sinal são pedagiadas (mas motos não pagam) e estavam em ótimas condições.
Punta del Este é uma cidade puramente turística, com uma ótima infraestrutura. Os preços são razoáveis. Ficamos no hotel Oásis, ao lado do principal cassino, ao custo de US$ 45 a diária. A urbanização da cidade é de encher os olhos. Uma escultura interessante que vimos foi uma mão que parece estar saindo da areia da praia, logo na entrada da cidade.
Na noite, a diversão fica por conta dos bares, que estavam meio parados por causa da baixa temporada e os sempre lotados cassinos. Fomos no famoso Conrad, onde perdi alguns dos poucos dólares que tinha.
Ainda sobrou tempo em nossa estadia para exercitar o lado nerd e ver o filme 300 na pequena sala de cinema do shopping da cidade, que tinha uma tela que de tão diminuta, cheguei a desconfiar que a imagem do filme estava cortada.