Procuramos o albergue de Olinda para passarmos o fim-de-semana. Localizado na Rua do Sol, 225, não foi difícil encontrá-lo, pois é quase beira-mar e caminho obrigatório pra chegar em Recife. A diária ficou em R$21 por cabeça, com café da manhã bem simples, porém satisfatório, incluído.
Soubemos de um encontro de motociclistas que ia acontecer num bar da esquina próxima na mesma noite em que chegamos. Resolvemos ir de moto pra testar o efeito "nossa, manaus!" e facilitar o entrosamento. Pra irritação e sorte do Thiago (sim, os dois ao mesmo tempo, já vão saber o porquê) a moto dele, que já estava complicada pra pegar a um bom tempo, deixa-o na mão. O negócio foi irmos os dois na minha moto.
Chegando lá, logo encontramos dois casais bacanas, que nos deram boas dicas sobre as estradas da região. Um deles era mineiro, de várias viagens já. Combinamos de nos encontrar quando passarmos em Belo Horizonte. Noite agradável apesar do Thiago só conseguir pensar na bateria arriada. Da minha parte, só pensava em dar uma volta pela orla depois, pra avaliar o movimento.
Foi nessa que me danei. A entrada pro albergue ficava a duas quadras do bar, mas com minha vontade de passear, resolvi entrar alguma quadras mais a frente. Uma curva depois demos de cara com uma blitz policial. Detalhe: nós dois usando coquinho!
Essa é a história da primeira multa da minha carreira automotiva. Não teve chororô, vacilei e já era. O cara até ficou enrolando um pouco antes de canetear, mas chegou uma hora que já estava pedindo pra ir de uma vez. Sobre o uso de capacete indevido não tenho muito a reclamar, apesar de não concordar muito com a lei a esse respeito (e de não nos afastarmos sequer 500 metros da pousada), no entanto, foi muito esquisito escutar o guarda comentando que seria camarada com a gente e não recolheria o veículo por causa da falta do recibo de pagamento do seguro obrigatório (deveria estar grampeado no documento).
Nossas memórias não falharam quando desdissemos o policial. O Detran-AM - diferente do Detran-PE - não devolve recibo com autenticação mecânica. Ao invés disso ele troca o recibo pago pelo documento com uma linha dizendo quando foi pago, além de escrever PAGO antes da data. Apesar dessas alegações, o policial ainda teimava que a apreensão era possível, que o código era federativo e blablabla, o negócio foi parar de discutir e agradecer pela boa vontade.
Esse tipo de arbitrariedade faz-me sentir indefeso nas estradas. Tenho pra mim que não adianta dirigir bem, você depende do quanto o oficial foi com sua cara pra deixar de ser multado. Chato isso.
Voltando ao assunto da moto do Thiago, usamos o dia seguinte pra correr atrás disso. E deu muito trabalho. Primeiro pra fazer a bendita pegar no tranco, depois pra mantê-la funcionando e ainda encontrar a única oficina da cidade que teria suas peças. Acabamos largando os bets próximo ao estádio de futebol e pedimos pra um mecânico da loja nos escoltar. O conserto durou até as seis da tarde, mas valeu a pena. Dava pra perceber a paz de esírito adquirida pelo proprietário quando o motor voltou a pegar na partida elétrica. O atendimento foi dez, já até colocamos o endereço da loja na página de Oficinas Recomendadas (Moto Cruz).
Depois do conserto fomos visitar o mega-shopping da cidade. Mais uma petiscada no Burger King, pra variar. Tarde demais pra assistir um cinema, o negócio foi voltar pra casa.
Não deixe de visitar o Alto da Sé quando passar em Olinda. No fim da ladeira, tem uma pracinha com uma vista bacana e vários carrinhos de tapiocas e artesanato. É nessa região que o bicho pega no carnaval. Confira as fotos restantes.